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segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

hoje, no caminho pra te encontrar,
pensei nas coisas absurdas que você fala. 
ri um riso de ternura absoluta porque essas coisas provocam chuva, 
como se eu me desfizesse em pedaços de água 
ou como se fosse você chovendo aqui dentro
alagando aqui dentro
criando poças
e caminhando descalça em mim.
por um tempo senti um medo afiado, familiar
medo de escancarar minha cabeça e minha casa, de te ver entrar com sua ventania,
mas não tenho mais.
porque não consigo imaginar seus olhos mansinhos me dirigindo raiva,
porque eu preferiria sentir muita dor antes de te causar alguma,
e sobretudo porque não vejo nada que não seja beleza ao redor seu.
(só tenho medo ainda de nunca mais conseguir escrever outra coisa que não seja você.)

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

entre suas esquinas
os vãos dos seus ossos 
e a temperatura da sua respiração
é como se eu tivesse que descobrir algo.
me deixo, investigação deliciosa 
flutuando nessa luz abstrata e quente que sai de dentro de você, comendo suas cores
tentando fundir minha pele com a sua
e deslizar a mão ou a boca entre suas coxas pra te ver morder o travesseiro
tem sido uma das minhas atividades preferidas.