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domingo, 28 de maio de 2017

12/05/2017 Isso não é um bilhete, mas uma carta.

Tento me convencer que via vontade de mim no seu nunca-vulnerável rosto.
Mãos minhas ter percorrendo mais que só na pele, como planetas gigantes orbitando você. Orbitando a nunca-vulnerável você.
Me veio uma urgência com a qual você não soube lidar, nem eu, eu comendo sopa antes que ela estivesse na temperatura boa, queimando todo o caminho até as paredes do estômago, sopa sulfúrica:
você.
Te esbarrar cruamente nos corredores e lembrar dos seus orgasmos chatos, rosto não-vulnerável gozando rápido, chato, escondido, fingir que não quero, fingir que nem quis estar na sua vida chata apertada corrida.
Hoje caminhei na rua sem te sentir, ou sem te saber. É lua cheia em escorpião. Deixei os olhos absorvendo a rua, piscando quase nada, e chorei, e as gotas pingaram de mim e furaram o asfalto, marcando o caminho pra que eu não esquecesse como voltar.
Não estou triste. Estou grave, inconsciente, fatalizada e azul
sobretudo azul.
Mas não triste. Adotei por hábito passar 10 segundos por hora desejando que você seja feliz e completa. Eu sou, nada ficou inacabado. A não ser talvez a sombrinha que deixei na sua casa e a não ser com certeza os orgasmos que você nunca me deu. Os meus não seriam chatos e eu não esconderia o rosto.
Resumindo os dias, estou bem.

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