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terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Sinto a vida como a tecitura dos anos que vão ficando ao longo do passado.
Sinto a vida ao abrir a janela e saber que abri um dos olhos da noite.
E amo a vida com a mesma força que a odeio, com bolas de choro na garganta.
Amo a falta de novidade nas estações que se repetem como palavras que se repetem. Como a cor da minha pele em janeiro.
Amo o verde brilhante denso comestível das florestas como odeio o sofrimento do mundo. E minhas células tem paciência de alma.
As vezes não me preocupo - sinto sem saber que estamos todos destinados à plenitude contente do vazio.
E as vezes me preocupo tanto que desmorono de estrutura enfraquecida.
Vivo com a delicadeza que uso para segurar bebês no colo, vivo as vezes em tons pastéis, vivo as vezes bebendo vinho, vivo consciente da morte.
Sobretudo vivo muito.

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