Web Analytics

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

para sua selvageria incurável

te escrevo com a ideia semi-inconsciente de que você vai sentir cada palavra, mesmo que minha intenção seja nunca te mostrá-las.
ouço em você uma voz de útero e dentes, que me fala numa língua antiga - que aprendi, parece, bem antes de nascer. uma língua que compreendo através dos músculos, gravada nas células do abdômen.
sinto um chamado na sua fúria (você é fúria e sexo), na sua voracidade, nos seus dentes imensos que me fagocitam sem me tocar.
e nos seus olhos vejo batidas de tambor.
você me afunda na terra