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segunda-feira, 9 de março de 2015

Você era um passarinho não-pousado e eu gostava de te olhar voando
você pousou em mim eu tive medo de me mexer
(quando queria te tocar você recuava.) Aprendi que você é daquelas coisas que quando se quer, precisa fingir que não. Que quando menos se estiver esperando, afaga. Uma coisa bem pequena e com vontade muito própria. E tempo muito próprio. Como uma borboleta que se assusta com a aproximação mas depois, quando te pegar distraído, pousa no seu nariz.
E entendi sua liberdade.

palavras não são matéria

O dizer é algo que quando se toca, esvanece. O que foi dito deixa no ar um contorno de memória, que por ser só contorno, a mente preenche com as inverdades que quiser.
Palavras causam sensações e vão embora como se não fossem nada. Caem da boca sincera e tornam-se mentira em contato com o ar.
E ninguém se faz lembrar apenas por dizer coisas.
Não servem pra fincar nada, em lugar nenhum (em ninguém).
Minha mente borbulha de palavras que não posso dizer para não validá-las.
Mas talvez possa escrevê-las;
vai embora. vai embora. vai embora. vai embora. vai embora. eu não te acredito. eu não te acredito. vai embora.