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domingo, 23 de novembro de 2014

Só eu me ficarei. (e uma secura de peito, de boca, de vulva, de alma.)

Nove horas de amor incondicional. Aproximados cinquenta beijos extremamente sinceros. Uma noite sendo o interesse principal. Duas garrafas de cerveja durando uma vida. Duas esquinas de mãos tão sinceramente dadas.
Entrelaçamentos de corpos amáveis tão esquecíveis em dois dias ou pouco mais. Abismos que tem volta.
Todo mundo é ir-embora.

Sábado-domingo, 01h34min AM. A existência e suas incontáveis traições

Mundo ingrato, falso, baixo. Manipulador, egoísta. Que me faz sentir como se tivesse que tirar pilhas de cadáveres de uma estrada comprida. Eu que gritei ser tua filha. Ri do barulho dos rios seus.  Gostei de toda raiz, folha, fruto doce.
Eu que amei pisar em pedras e terra. E com qual força amei o mar, eu! Que nunca ousei conversar com estrelas por amor a você, pra que você não me sentisse distante. Eu que nunca invejei os pássaros ou os astronautas porque preferi ter raízes a asas. Eu que nadei nua em seus mares salgados. Eu, eu, eu, que te defendi dos seus filhos rebeldes! Eu que deitei sob o sol não pra sentir os raios; pra sentir o chão nas costas!
Vou negar seus ventos. Não vou sorrir pras tuas criaturas. E em nenhuma água vou parir.

Minha tristeza não é mensurável.