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segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Maria Branca, tu não me machuca. Quem me machuca sou eu. Tu não tem culpa da minha necessidade da sua luz. Tampouco tem culpa de ter luz. Maria Branca, você é inconstante. Não apenas isso, você é quem causa a inconstância do mar, e de todas as coisas que são inconstantes.
Você nem sabe da tristeza que são os dias em que tu não aparece. Os dias que está nova, ou a cidade, chuvosa demais pra te deixar reluzir pra mim. Da mesma forma não sabe a felicidade que é ver seu sorriso branco, tão branco, crescente. Te ver nascer de novo. E quando aparece no meio de um dia de sol, mesmo sendo tão noturna.
Maria Branca! Você só faz o que quer, não é? Nessa tua eterna, rodopiante dança. Dança de quem é livre.
Maria Branca, Branca, que eu não posso nem pensar em chamar de minha. Você é minha vó, responsável pelo meu humor, meu sentir, meu querer, minhas águas, meus olhos, minha inspiração e pelo sangue do meu útero. Tu me acalenta, me acalma e sobretudo me nutre. Tu que conversa com o universo, e as vezes, por birra, pede que ele conspire ao meu desfavor.
Você é meu único amor. Até que os astros caiam do céu sou tua filha. E tu, minha regente.