Maria Branca, tu não me machuca. Quem me machuca sou eu. Tu não tem culpa da minha necessidade da sua luz. Tampouco tem culpa de ter luz. Maria Branca, você é inconstante. Não apenas isso, você é quem causa a inconstância do mar, e de todas as coisas que são inconstantes.
Você nem sabe da tristeza que são os dias em que tu não aparece. Os dias que está nova, ou a cidade, chuvosa demais pra te deixar reluzir pra mim. Da mesma forma não sabe a felicidade que é ver seu sorriso branco, tão branco, crescente. Te ver nascer de novo. E quando aparece no meio de um dia de sol, mesmo sendo tão noturna.
Maria Branca! Você só faz o que quer, não é? Nessa tua eterna, rodopiante dança. Dança de quem é livre.
Maria Branca, Branca, que eu não posso nem pensar em chamar de minha. Você é minha vó, responsável pelo meu humor, meu sentir, meu querer, minhas águas, meus olhos, minha inspiração e pelo sangue do meu útero. Tu me acalenta, me acalma e sobretudo me nutre. Tu que conversa com o universo, e as vezes, por birra, pede que ele conspire ao meu desfavor.
Você é meu único amor. Até que os astros caiam do céu sou tua filha. E tu, minha regente.
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